Também conhecida como blefaroplastia, a cirurgia estética da pálpebra tem a finalidade de retirar o excesso de pele e bolsas de gordura na tentativa de suavizar o aspecto cansado dos olhos. Com o envelhecimento, a pele e a musculatura ao redor dos olhos vão ficando flácidas resultando na formação de dobras, rugas e saliências que dão um aspecto de quem acabou de acordar.
A presença de rugas nas laterais dos olhos, conhecidas como pé-de-galinha, tem pouca melhora com a blefaroplastia isoladamente, pois essas rugas são formadas pela ação da musculatura orbicular do olho. Nesses casos, está indicado o uso de procedimentos complementares como a aplicação da toxina botulínica, na tentativa de amenizar a contração muscular e, consequentemente, amenizar as marcas de expressão.
A técnica cirúrgica consiste na ressecção do excesso de pele na pálpebra superior deixando a cicatriz disfarçada na dobra natural (sulco). Na pálpebra inferior, a incisão pode ser realizada a 1mm da margem ciliar, o que a torna praticamente imperceptível, ou pode ser realizada por via transconjuntival, ou seja, pela região interna da pálpebra. Para ambas as pálpebras, é realizada a ressecção ou o reposicionamento das bolsas de gordura. A cirurgia é realizada com anestesia local associada ou não a sedação venosa. No geral, a alta hospitalar ocorre no mesmo dia.
O cirurgião também deve ficar atento ao posicionamento do supercílio. Ele também sofre os efeitos do envelhecimento. Muitas vezes, é necessário o lifting (suspensão) do terço superior da face para um resultado mais harmônico.
As ressecções de pele devem ser bastante criteriosas, pois qualquer tensão extra, principalmente em pacientes com flacidez musculoligamentar, pode levar a complicações de difícil tratamento, como no caso do ectrópio e do lagoftalmo. O ectrópio é a situação em que a borda da pálpebra fica voltada para fora, expondo a conjuntiva. O lagoftalmo é a situação em que não ocorre a oclusão adequada da pálpebra. Nos pacientes que apresentam grande flacidez das estruturas palpebrais, deve ser realizada a cantopexia para evitar tais complicações.
O inchaço e a equimose (manchas roxas) ocorrem em quase todos os casos e desaparecem após 1 ou 2 semanas. O uso de compressas geladas com soro fisiológico está indicado para diminuir tais efeitos. Dormir com a cabeceira da cama elevada também auxilia na redução do edema. Dor é pouco frequente e facilmente resolvida com analgésicos convencionais. Informe seu cirurgião sobre qualquer dor mais forte ou qualquer incômodo no olho como a sensação de corpo estranho, por exemplo.